quarta-feira, 9 de março de 2011

O ecleticismo como religião

Religião é um assunto muito polêmico, pré-conceituado e padronizado. A impressão que temos é de que existe UMA religião que é melhor do que a outra, ou que é a certa, pré-definindo as demais como erradas. Não sei se é coisa minha, mas, normalmente quem pertence a uma religião específica acha que as demais são religiões erradas, até porque a que ele pertence seria A certa.
Eu acredito na Verdade como "dom" de cada um. Ela pode ser moldada da forma que quisermos, dando-nos a liberdade de dizer o que é certo e o que é errado PARA NÓS, não dando-nos o direito de dizer se algo é certo ou errado com relação à outras pessoas. Mas o que vejo são pessoas que julgam (e eu não sou isenta à isto, infelizmente) as outras dentro das suas verdades e não vêm que cada um tem uma verdade.
Existem várias religiões, muitos "templos" e as crenças pouco dependem disso, sendo milhares. Eu não tenho uma religião padronizada. Como diz um amigo meu, sou ESPIRITUALISTA: sou o templo e meu Deus é minha religião; acredito na força do espírito, na interferência de outros espíritos e do meu corpo no meu espírito. Há muito mais do que isso, mas não é para me definir religiosamente que estou aqui. Scarlett e eu sempre conversamos sobre religião e atualmente nos dispusemos a conhecer todas, tirar de cada uma o que nos é utilizável, o que se encaixa na nossa verdade.
Conheci o Budismo no ano de 2009 através de um dos meus irmãos. Fui a algumas reuniões, tirei muito proveito, mas não me padronizei. De princípio até quis permanecer na religião, mas como sempre encontrei coisas que divergem da minha verdade, mas não descarto as possibilidades que ela me trás. Eu e Scarlett fomos juntas pela primeira vez no dia 23 de fevereiro de 2011, quarta feira, e meu irmão nos fez uma homenagem por termos passado na Universidade Federal para o mesmo curso, no mesmo turno. Depois voltamos no dia 02 de março, onde a palestra foi menos formal e discutimos sobre um livro (A natureza da morte) escrito pelo presidente do Budismo, Daisaku Ikeda, onde todos participaram dando opiniões e lendo.
Na quinta feira, 03 de março, fomos a uma Casa Espírita (Amor e luz). Foi incrivelmente proveitoso. O tema da palestra era OBSESSÃO, muito bem apresentada. Depois tomei um passe incrível, proporcionando-me um bem físico e espiritual. A Casa Espírita Amor e Luz é um lugar super acolhedor.
Nossa intenção era participar de um Estudo Bíblico com Testemunhas de Jeová na sexta feira; ir a um Culto Evangélico no sábado; à Missa da Igreja Católica no domingo; e ir a um Terreiro de Umbanda na terça feira. Mas infelizmente não fizemos nada disso depois. Ainda assim nossa intenção não finda e nos pretendemos conhecer todas as religiões (ou o que for possível.)
O importante é não nos prendermos a um padrão, não nos pré-conceituarmos, não nos fecharmos as novas possibilidades. e acima de tudo respeitar as verdades alheias.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A filosofia de vida dos livros



Estou um tanto perdida, em relação a como começar este assunto, que de tão fácil e cotidiano parece difícil de colocar em palavras. Até tentei fazer um texto bem organizado e muito bem escrito, mas acho que devo apenas dizer o que quero, de forma que seja compreensivo, e que não seja "forjado".
Pois bem. Li "O Conto da Ilha Desconhecida" de Saramago para fazer a prova do PISM(vestibular seriado da UFJF) e é tão excelente que trago comigo cada expressão do conto. Saramago transmite uma filosofia de vida incrível, aliás, uma não, várias. E é bacana que eu sonho com livros que tem filosofia de vida muito boas, principalmente quando eu não espero isso deles. Por exemplo, no ano passado fiz um trabalho sobre mitologia, para a aula de filosofia do terceiro ano; o meu tema era "O Silmarillion" de Tolkien. Li o livro, inicialmente para fazer o trabalho, depois que li a primeira vez, reli para fazer as anotações, e gostei tanto que li de novo. É uma literatura áspera e densa, mas completa de um ensinamento raro e essencial. Sonhei com ele uma semana inteira. Agora, com Saramago devo dizer que me surpreendi. Li o conto, fiz a prova, e em toda situação que me ocorre cito o conto. E depois de decorridos 2 meses, sonhei com ele. Era um sonho normal pra mim, confuso e cheio de coisas que não são reais. Então eu citei Saramago três vezes à um menininho de família rica que achava que apenas ele e sua família tinham importância e mereciam respeito, e que todos a sua volta (os empregados da famíla, inclusive eu, no sonho) dependiam deles. Então eu disse a ele : Você está muito enganado, meu pequeno menino. Saramago, em seu conto disse "Sou o rei deste reino, e os barcos do reino pertencem-me todos, Mais lhes pertencerás tu a eles do que eles a ti, Que queres dizer, perguntou o rei inquieto, Que tu, sem eles, és nada, e que eles, sem ti, poderão sempre navegar". Refletir sobre isso é incrível. Eu, nesta sociedade de hierarquias, jamais havia parado para pensar nisso. Sempre tive para mim, que assim era, e assim não poderia deixar de ser. Que nós dependíamos dos políticos, e não eles de nós. E que eles é que decidiam nosso futuro e sem eles não haveria como faze-lo, e não que eles é que não podem fazê-lo sem nós. José Saramago me desfez uma ideia antiquada e incorreta, dando-me uma visão muito mais ampla. Muito mais ainda eu aprendi com "O Conto da Ilha Desconhecida", e indico a todos, mesmo aos mais sábios, mesmo os mais ignorantes, mesmo quem ainda não se decidiu.